9/09/2016

Crônica, de filha para pai



Das muitas pessoas importantes em minha vida quero apresentar meu pai. Seu nome, Otávio Silveira Gervásio, filho de Diógenes da Silveira Gervásio. Este, vindo de Portugal aos três anos de idade em companhia de seu irmão trazido pelo progenitor, que de acordo com as notícias de desavença com a mulher, roubou os dois filhos e fugiu para o Brasil.

Aos quinze anos Otávio muda-se com os pais Diógenes e Rita, mais os irmãos que ao todo eram dez, de Laranjal município de Cataguases para um lugarejo chamado Humaitá município de Mutum- MG. Esse acontecimento se dá nos idos de 1924, iniciando a própria família em 1935 ao se casar com Ermita Maria Silva.

Como a vida de uma pessoa é formada por um conjunto de acontecimentos, é difícil definir se existe alguns mais ou menos importantes que outros, visto que cada um faz parte do todo. Todavia, fazendo uma seleção didática das atitudes de meu pai que causariam um impacto permanente na minha vida, está a de ter se mudado da fazenda em Humaitá para a cidade de Mutum para que os três filhos mais novos pudessem continuar os estudos iniciados em escolas das fazendas circunvizinhas.

Das muitas lembranças guardadas de meu pai, uma me é especial: estamos na fazenda, a noite está quente e a lua clareia os campos. Meu pai arreia o cavalo e nele montamos, ele na cela e eu na garupa. Com passos lentos o cavalo percorre o caminho estreito que serpenteia os morros cobertos pelo capim que serve de alimento para o gado. Caminho esse feito pelos próprios animais e usado por homens e mulheres que transitam de um sítio a outro. Ao subir e descer a serra chegamos a uma casa simples de pau a pique e reboco. Um grupo de pessoas convidadas está do lado de fora, pois, a casa é pequena demais para abrigar a todos. Apeamos do cavalo e o culto é iniciado com cânticos, orações e meu pai lê a Bíblia e faz uma reflexão sobre o texto. Depois sugere um hino que é cantado por todos com alegria e devoção. O mesmo que ele assobiou no percurso do caminho. Olho para meu pai à frente do pequeno grupo de fiéis e meu coração se enche com dois sentimentos. Um relacionado a mim mesma – sou amada por meu pai. Outro relacionado a ele – meu pai é muito sabido! 

9/06/2016

Política Brasileira



Estou sentada à escrivaninha diante do computador. É hora do exercício de hoje, que consta em escrever a primeira palavra que me viver a mente e mais cinco outras que tenham alguma associação a ela.

A palavra imediatamente aparece: AMOR. Na língua grega a palavra amor é bem específica. Eros para o amor erótico, filéo para ao amor fraterno e ágape para o amor de Deus. Já na língua portuguesa, amor é uma palavra abrangente que pode ser usada em várias circunstâncias.
Ao encontrar uma pessoa AMÁVEL diz-se ser ela um amor.
Ao AMANTE diz-se “meu amor”.
Ao AMIGO defende-se por amor.
AMABILÍSSIMO é aquele que trata a todos com amor.

AMIGÁVEL é uma conversa entre pessoas que sabem se respeitar e conviver em amor, mesmo que o assunto seja política brasileira.

6/11/2016

Festival de bonecos em Belo Horizonte

Hoje à tarde na Praça da Estação no centro de Belo Horizonte apresentações variadas do Festival de bonecos 2016.
Às 16.30mim abertura com o grupo  Giramundo.
Corra que ainda dá tempo.
Esse boneco é muito interessante. A gente pisa em um pedal e ele mexe as pernas e os braços. É claro que meu peso pena não fez nenhum efeito. Por sorte uma moça que passava se ofereceu para me ajudar.... Juntas pudemos da um pouco de liberdade ao boneco, pois essa é a proposta da intervenção.
Ele esteve por vários dias no calçadão da Afonso Pena e hoje está na Praça da Estação.





Hoje a programação vai até as 21h. 

5/31/2016

3 maneiras de dizer NÃO à cultura do estupro


O que é a cultura do estupro?



A cultura do estupro se caracteriza pela busca de motivos que justifique  ou pelo menos explique a atitude do estuprador, direcionando-os à vítima. No fim das contas a vítima  é  a culpada! 

Essa forma de pensar, irrefletidamente, procura isentar o estuprador daquilo que é a essência do ser humano, ou seja, o direito de escolher o que fazer e o dever de se responsabilizar por suas escolhas. É tratar o homem como um animal que não tem controle dos seus desejos, podendo por causa disso agir de acordo com sua visão com base no seu instinto sexual incontrolado. Sendo assim, não pode ver uma mulher que tenha um andar, que para ele, pareça provocante e que use uma vestimenta, que para ele, pareça sensual. Basta ver uma assim e já se sente dono dela.

Muitos há que carecendo de uma reflexão mais profunda, acalentam a cultura do estupro dizendo palavras enfraquecedoras  diante de uma situação de abuso sexual: 

- foi estuprada? Também pudera, vejam como anda! Suas roupas são minúsculas! E outras frases parecidas.

Expressões como estas denunciam o machismo com que estão impregnados nossos conceitos. Expressões como estas são justificativas que trazem em si a força de exclusão da responsabilidade do homem diante dos seus desejos e do comportamento que eles provocam. Expressões como estas minimizam o crime de alguns, induzindo a sociedade a pensar que se  todas as mulheres  se vestirem de forma recatada e mudarem seu jeito “sensual”  de andar deixarão de provocar os homens, diminuindo assim o número de estupros. Sejamos inteligentes! Paremos de proteger os estupradores e  paremos de culpar as vitimas! Os estupradores são estupradores não por causa das vítimas, e sim por causa deles mesmos. Porque não respeitam o limite de sua liberdade em relação à liberdade de quem eles desejam. Se assim não fosse não haveria estupros de menininhas recatadas no seio de seus familiares! Não haveria estupros de meninas e adolescentes pelos seus irmãos mais velhos, pelos seus tios, vizinhos e outros... Se continuarmos com a cultura do estupro, culpando a vítima o que faremos em relação as que são crianças? São elas também que provocam?

Se a vestimenta  provocante e a forma sinuosa do andar de uma mulher, servir de justificativa para  defesa do estuprador, como justificaremos os estupros que acontecem em países em que as mulheres se cobrem da cabeça aos pés, deixando apenas a região dos olhos descoberta? Os estupradores da Arábia Saudita são provocados pelos olhos de suas vitimas? Porque para quem não sabe estupros acontecem aos montes na Arábia Saudita. E lá as mulheres não andam com roupas provocantes. Não saem às ruas desacompanhadas. Mas ainda assim são estupradas e se consequentemente engravidam são mortas por apedrejamento enquanto o seu algoz ou algozes continuam livres,  justificados pelo conceito que os homens têm das mulheres. O conceito de que são como objetos de uma casa que podem usar como desejarem.

  A propósito, a nova descoberta científica na Arábia Saudita é a de que a mulher teve uma grande ascenção na hierarquia de valores. Saiu da categoria de cama e mesa para a categoria de um animal como camelo, ou cabra... Os “grandes sábios” chegaram à conclusão de que as mulheres são seres mamíferos, mas não humanas. A matéria completa com o título: Cientistas muçulmanos  chegam a conclusão de que a mulher é um mamífero, mas não é humana está no site Islamismo no Brasil.

A você que chegou até esta parte do texto apresento pelo menos três maneiras de dizer NÃO  à cultura do estupro. Você pode acrescentar outras:

1. Reflita sobre sua forma de enxergar a realidade. 
Responsabilizar a vítima é desmerecer a capacidade do homem de controlar seus desejos, fazer suas escolhas e se responsabilizar por elas. É reduzi-lo a um animal que age de acordo com seus instintos; mais ainda, responsabilizar a vítima é inverter a moeda justiça/misericórdia, declarando misericórdia a quem precisa de justiça. 

2. contribua com a educação das crianças, ensinando-lhes, à medida do possível, os valores do caráter para que tenhamos uma nova  geração que saiba o que é respeito humano;

3. caso esteja livre do paradigma da culpabilidade da vítima, ou seja, da cultura do estupro. Opine nas conversas com amigos. Argumente. Ajude-os a refletir. Ajude-os a também dizerem NÃO à cultura do estupro, para que vivamos em um mundo mais livre, menos opressor.



3 maneiras de dizer NÃO à cultura do estupro

3 Maneiras de Dizer NAO à Cultura Do Estupro

3/08/2016

Uma reflexão para o dia Internacional da Mulher

                                                               

Pedras do caminho

Sempre haverá pedras no nosso caminho. De vários tamanhos, de vários formatos. Diante de umas, a atitude deve ser passar por cima. Diante de outras, removê-las. E ainda outras dar a volta circulando-as, por serem grandes e estarmos sozinhas.

No sentido literal as pedras são seres inanimados, não devendo nos impedir de caminhar. Nós somos seres inteligentes e pensantes, descobridoras de soluções e tomadoras de decisões, não devendo assim ser impedidas de caminhar.

Como mulheres inteligentes e pensantes, saibamos aproveitar a alegria desse dia. No entanto, saibamos também descobrir soluções e tomar a decisão e nos unir para removermos as grandes pedras do nosso caminhar de mulher.

Não se esqueça:
Tapa não é carinho! Cantada não é elogio! DENUNCIE!