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5/31/2016

3 maneiras de dizer NÃO à cultura do estupro


O que é a cultura do estupro?



A cultura do estupro se caracteriza pela busca de motivos que justifique  ou pelo menos explique a atitude do estuprador, direcionando-os à vítima. No fim das contas a vítima  é  a culpada! 

Essa forma de pensar, irrefletidamente, procura isentar o estuprador daquilo que é a essência do ser humano, ou seja, o direito de escolher o que fazer e o dever de se responsabilizar por suas escolhas. É tratar o homem como um animal que não tem controle dos seus desejos, podendo por causa disso agir de acordo com sua visão com base no seu instinto sexual incontrolado. Sendo assim, não pode ver uma mulher que tenha um andar, que para ele, pareça provocante e que use uma vestimenta, que para ele, pareça sensual. Basta ver uma assim e já se sente dono dela.

Muitos há que carecendo de uma reflexão mais profunda, acalentam a cultura do estupro dizendo palavras enfraquecedoras  diante de uma situação de abuso sexual: 

- foi estuprada? Também pudera, vejam como anda! Suas roupas são minúsculas! E outras frases parecidas.

Expressões como estas denunciam o machismo com que estão impregnados nossos conceitos. Expressões como estas são justificativas que trazem em si a força de exclusão da responsabilidade do homem diante dos seus desejos e do comportamento que eles provocam. Expressões como estas minimizam o crime de alguns, induzindo a sociedade a pensar que se  todas as mulheres  se vestirem de forma recatada e mudarem seu jeito “sensual”  de andar deixarão de provocar os homens, diminuindo assim o número de estupros. Sejamos inteligentes! Paremos de proteger os estupradores e  paremos de culpar as vitimas! Os estupradores são estupradores não por causa das vítimas, e sim por causa deles mesmos. Porque não respeitam o limite de sua liberdade em relação à liberdade de quem eles desejam. Se assim não fosse não haveria estupros de menininhas recatadas no seio de seus familiares! Não haveria estupros de meninas e adolescentes pelos seus irmãos mais velhos, pelos seus tios, vizinhos e outros... Se continuarmos com a cultura do estupro, culpando a vítima o que faremos em relação as que são crianças? São elas também que provocam?

Se a vestimenta  provocante e a forma sinuosa do andar de uma mulher, servir de justificativa para  defesa do estuprador, como justificaremos os estupros que acontecem em países em que as mulheres se cobrem da cabeça aos pés, deixando apenas a região dos olhos descoberta? Os estupradores da Arábia Saudita são provocados pelos olhos de suas vitimas? Porque para quem não sabe estupros acontecem aos montes na Arábia Saudita. E lá as mulheres não andam com roupas provocantes. Não saem às ruas desacompanhadas. Mas ainda assim são estupradas e se consequentemente engravidam são mortas por apedrejamento enquanto o seu algoz ou algozes continuam livres,  justificados pelo conceito que os homens têm das mulheres. O conceito de que são como objetos de uma casa que podem usar como desejarem.

  A propósito, a nova descoberta científica na Arábia Saudita é a de que a mulher teve uma grande ascenção na hierarquia de valores. Saiu da categoria de cama e mesa para a categoria de um animal como camelo, ou cabra... Os “grandes sábios” chegaram à conclusão de que as mulheres são seres mamíferos, mas não humanas. A matéria completa com o título: Cientistas muçulmanos  chegam a conclusão de que a mulher é um mamífero, mas não é humana está no site Islamismo no Brasil.

A você que chegou até esta parte do texto apresento pelo menos três maneiras de dizer NÃO  à cultura do estupro. Você pode acrescentar outras:

1. Reflita sobre sua forma de enxergar a realidade. 
Responsabilizar a vítima é desmerecer a capacidade do homem de controlar seus desejos, fazer suas escolhas e se responsabilizar por elas. É reduzi-lo a um animal que age de acordo com seus instintos; mais ainda, responsabilizar a vítima é inverter a moeda justiça/misericórdia, declarando misericórdia a quem precisa de justiça. 

2. contribua com a educação das crianças, ensinando-lhes, à medida do possível, os valores do caráter para que tenhamos uma nova  geração que saiba o que é respeito humano;

3. caso esteja livre do paradigma da culpabilidade da vítima, ou seja, da cultura do estupro. Opine nas conversas com amigos. Argumente. Ajude-os a refletir. Ajude-os a também dizerem NÃO à cultura do estupro, para que vivamos em um mundo mais livre, menos opressor.



3 maneiras de dizer NÃO à cultura do estupro

3 Maneiras de Dizer NAO à Cultura Do Estupro

3/08/2016

Uma reflexão para o dia Internacional da Mulher

                                                               

Pedras do caminho

Sempre haverá pedras no nosso caminho. De vários tamanhos, de vários formatos. Diante de umas, a atitude deve ser passar por cima. Diante de outras, removê-las. E ainda outras dar a volta circulando-as, por serem grandes e estarmos sozinhas.

No sentido literal as pedras são seres inanimados, não devendo nos impedir de caminhar. Nós somos seres inteligentes e pensantes, descobridoras de soluções e tomadoras de decisões, não devendo assim ser impedidas de caminhar.

Como mulheres inteligentes e pensantes, saibamos aproveitar a alegria desse dia. No entanto, saibamos também descobrir soluções e tomar a decisão e nos unir para removermos as grandes pedras do nosso caminhar de mulher.

Não se esqueça:
Tapa não é carinho! Cantada não é elogio! DENUNCIE!

 

6/19/2015

Livro Aventura em um fusca azul


Casal que viveu e vive essa linda história de amor

Narra uma antiga história de amor que dura até hoje.
Amor:
a Deus
a Elvira
a Geraldo
a um País: Uruguai!

Você não pode deixar de ler essa linda história escrita por Senhorinha Gervásio.

5/17/2015

Aventura em um fusca azul - um livro escrito em três Atos e três Pontos de Virada

Quando decidi aceitar o desafio de escrever o livro que viria a se chamar: Aventura em um fusca azul – trajetória missionária no Uruguai - Pr. Geraldo e Elvira Rangel revi todas as minhas anotações das aulas de roteiro que tive com o professor Erick Azevedo no curso de Artes Visuais na Casa dos Quadrinhos em Belo Horizonte; além disso,  comprei e li o livro O caminho das Pedras de  Ryoki Inoue,  autor de inúmeros  livros de leitura fácil, mais precisamente 1035 livros publicados na época da edição citada. Também reli o livro a Jornada do Escritor de  Chistopher Vogler conhecido  roteirista que fez um apanhado das pesquisas de Joseph Campbbel, no contexto antropológico em que estuda de forma profunda as mil faces do herói dos grandes mitos e histórias dos povos em suas várias épocas. De acordo com esses estudiosos os roteiros que mais agradam aos leitores ou expectadores são aqueles estruturados em Três Atos e dois ou cinco Pontos de Virada. Pontos de Virada  são momentos importantes que mudam o rumo da história de vida do personagem, colocados intencionalmente entre os Atos de forma a manter o interesse do leitor.

Para aqueles que gostam de escrever vale dizer que o Primeiro Ato de um roteiro corresponde a mais ou menos 25% da obra e é usado pelo escritor/autor para as apresentações dos personagens principais no seu mundo comum ou seja, no seu ambiente natural. Nesse ponto da história o escritor/autor acena com um acontecimento que tirará o personagem da sua zona de conforto e jogá-lo-á em um mundo diferente, que Vogler chama de mundo especial. Aqui estamos falando do Primeiro Ponto de Virada, que é aquele acontecimento relevante que requer do personagem uma tomada de decisão que mudará o rumo de sua vida. A essa tomada de decisão Vogler chama de aceitação ao chamado à aventura. No caso de Geraldo e Elvira, personagens principais da história Aventura em um fusca azul o primeiro Ponto de Virada se deu no momento em que os jovens decidiram obedecer ao chamado de Deus para a obra missionária e, largando tudo o que estavam vivendo e fazendo buscaram o preparo para o ministério, ele no Seminário Batista do Sul do Brasil e ela no Instituto Batista de Educação Religiosa.

Após essa mudança completa no rumo da história ela entra no Segundo Ato que tomará mais ou menos 50% do livro. Aqui os personagens já estão na parte que Vogler chama de mundo especial.  Em busca do alvo para o qual foi chamado o personagem enfrenta todos os obstáculos que envolvem essa maior parte da obra. No caso em questão abrange o preparo dos jovens Geraldo e Elvira, a consagração ao pastorado, o casamento, o comissionamento, os campos missionários de Melo e Durazno no Uruguai, bem como o nascimento de seus filhos. Após grande parte dos obstáculos vencidos, e estando a igreja organizada e estruturada na cidade de Durazno acontece na história outro Ponto de Virada que muda o rumo dos personagens que agora são cinco, pois a família foi acrescida por Deus com a chegada de Daniel, Eliane e Ana Cristina. Nesse ponto da história estamos prestes a entrar no Terceiro Ato.

O Terceiro Ato se dá após outra tomada de decisão, a de iniciar uma frente missionária na cidade de Atlântida, região de lindas praias e sem nenhuma igreja batista. Esses 25% da obra gira em torno desse trabalho em que o casal organiza mais uma igreja, começando do zero e seus filhos se preparam para o ministério. Daniel no Chile, Eliane e Ana Cristina no Brasil.


O terceiro Ponto de Virada acontece na história no momento em que o casal decide voltar ao Brasil, pois Pr. Geraldo recebe o convite para ser Coordenador Estadual de Missões Mundiais em Minas Gerais.  O livro termina com a volta do casal amadurecido, com uma vasta experiência na vida cristã. Esse ponto da história é chamado pelos roteiristas de "o retorno transformado" quando o personagem volta ao seu mundo comum, só que agora  transformado pelas experiências da aventura vivida durante a mesma.




5/12/2015

MÃE NÃO É SINGULAR - Israel Belo de Azevedo

MÃE NÃO É SINGULAR
Mãe é o corpo que nos recebe primeiro.
Quando ainda somos desejo,
ela nos vê por inteiro
na entranha que nos guarda,
no útero que nos nutre,
no ventre que nos forma.
Foi seu colo que nos protegeu.
Quando nosso corpo a luz encontra,
ela chora não de dor, embora real,
mas de alegria porque a manhã aconteceu.

Mãe é a mão que nos coloca no berço primeiro,
leito que emula o lugar da espera,
casa colorida que é também um porto seguro,
acompanhada de lágrimas para celebrar
o primeiro encontro do lácteo seio,
o primeiro olhar entre os dois trocados,
o primeiro sorriso da suave bochecha,
o primeiro passo pelo quarto adornado,
a primeira palavra (e se for "mamãe"!... ela vai delirar),
gestos que um álbum pode perenizar.

Mãe é o pé que pisa primeiro,
para nos mostrar como andar pelo tapete do quarto,
depois pela rua que será o nosso itinerário,
ainda pela vida que será a nossa morada.
Mãe não mostra como firmar o pé.
Ela firma o seu e nós firmamos o nosso.
Mãe não diz como ir: ela vai na frente,
desde aquela tarde no primeiro parque,
desde aquela manhã na primeira aula.
E quando ela retirou o pé, por necessário,
ficou em distância suficiente para intervir
numa velocidade maior que o som, se necessário.

Mãe é o som, sonido, balbucio, ouvido primeiro.
É voz que o filho não esquece.
É a voz que não devemos esquecer,
quando vamos dobrar a esquina ("cuidado!),
quando precisamos tomar uma decisão ("pense bem!")
quando nos preparamos para casar ("isso é para sempre, meu filho"),
quando estamos às vésperas de uma viagem ("não está esquecendo nada?"),
quando desejamos mergulhar em águas mais profundas ("perigo!)
quando estamos imersos em alguma tristeza ("filho, eu te amo")
quando trilhamos o caminho do erro ("volta, meu filho!").

Mãe é mente que nos ensina a pensar.
Mãe é coração que nos mostra como amar.

Para uma mãe nossas palavras nunca exageram.
nossas imagens jamais excedem.
Mãe é mãe sempre.
Sua ternura a torna eterna.
Filho, o filho bom, é filho sempre,
mesmo depois que mamãe parece que se tornou
apenas uma foto ou uma coleção de imagens na memória.
A mesa tem o cheiro dela.
A casa tem o seu jeito.
Nossa vida tem o seu perfume.

Mãe, mesmo morta, é amor que nos encanta.
É presença que ainda nos acalanta.
É balanço -- e tantos foram para hoje lembrar --
que ainda nos faz muito alto voar.

Mãe é um coletivo de palavras,
umas descrevem, outras imaginam.
Mãe é um buquê de imagens,
e tão boas são que, por verdadeiras, nos fascinam.
Ao filho, cabe ajoelhar-se diante de Deus
e por sua mãe agradecer.
Quem nunca agradeceu pode hoje começar.
À mãe, cabe curvar-se diante de Deus
para à sua imagem corresponder,
sabendo que há uma boa jornada a realizar.



Israel Belo de Azevedo

9/22/2014

Presente num domingo de manhã


Recebi aquele presente em 21 de setembro de 2014. Era manhã de domingo. Uma daquelas manhãs de vento fresco e sol brilhante. Para recebê-lo teria que comparecer em certo local. Na chegada, o porteiro avisou:
--Dona Antônia está no velório três.

Subimos a alameda cercada de árvores e placas com partes de poemas de Carlos Drumond de Andrade.

Chegamos ao velório três. Um grupo de pessoas, não mais de vinte, reunidas em torno do esquife, ouvia atentamente, alguém que com uma bíblia aberta nas mãos, falava. O ambiente era simplesmente leve, intimista. Aquele que falava, entre muitas outras coisas, disse que D. Antônia já não sabia quem eram os filhos, os netos, ou qualquer outra pessoa. Não sabia sequer quem ela era. Mas que, o mais importante, era que, quem com ela convivia, sabia bem o seu valor. Falou do carinho com que foi cuidada pela filha Jane.

Uma emoção ainda desconhecida, ou talvez reprimida, começou a se apoderar do meu coração.
A palavra foi dada a outro, cujas primeiras frases foram de confissão. Disse que enquanto ouvia seu antecedente fazia uma reflexão sobre a própria história. Contou um pouco dela. Mais especificamente seu ponto de virada... Era sábado, 02 de novembro de 1974, dia dos mortos. Ele estava morrendo de overdose, aos 19 anos, em uma das praças da cidade de Belo Horizonte. Deitado na sarjeta, no auge de sua crise, lembrou-se dos muitos folhetos com mensagens bíblicas que havia recebido de algumas pessoas, acompanhados de palavras como: “Jesus te ama e pode transformar sua vida pra melhor”. Naqueles momentos de angústia diante da morte, no dia dos mortos, fez uma  oração:

-- “Deus, por favor, não me deixe morrer, pois se eu morrer agora irei pro inferno”.

Recuperado da crise foi para casa e do fundo da gaveta recuperou os folhetos ali guardados. Leu tudo. No dia seguinte, manhã de domingo, aprontou-se e saiu rumo a uma igreja. Ao entrar, o Coro da mesma estava à frente cantando. Extasiado com a beleza o jovem só pôde exclamar:

-- “Deus, por que o Senhor não me salvou há mais tempo”?

O filho José, usando de empréstimo a Bengala de Jane, foi à frente e falou palavras bonitas sobre a mãe, incluindo a primeira e a última frase do poema que lhe fizera no último aniversário. Pena que pela falta de memória não posso compartilhá-las.

Uma jovem bonita iniciou uma música, com a introdução de que D. Antônia dela muita gostava. Cantou suave a primeira estrofe, mas na segunda a emoção tomou conta do lugar e a jovem, sem voz, somente chorava seu choro silencioso. Nesse momento os funcionários do cemitério chegaram para levar o corpo. Eliseu um dos netos sugeriu:

-- Vamos fazer a última oração e encerrar.

Com voz recuperada, a jovem recomeçou o canto . No fim dele, Eliseu, convidou aos presentes que dessem as mãos uns aos outros e orou, As lágrimas rolaram pelas faces, inclusive pelas minhas.


É difícil acreditar, mas participar do velório de D. Antônia foi um dos melhores presentes que já ganhei na vida. 

9/16/2014

O sotaque das mineiras . Carlos Drummond de Andrade

Recebi por e-mail o texto do Carlos Drumond de Andrade falando dos sotaques,  ele diz das mineiras, acho que fazendo uma média conosco, mulheres mineiras. Mas esse lindo sotaque é de todos os que vivem entre as montanhas de Minas. 

Então pra você dar umas boas risadas.... aí vai! 
Tenho de confessar... chorei de rir.

"O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar. Porque, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar lindo (das mineiras) ficou de fora?
Porque, Deus, que sotaque!
Mineira deveria nascer com tarja preta avisando:
ouvi-la faz mal à saúde. Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: só isso?
Assino achando que ela me faz um favor.
Eu sou suspeitíssimo. Confesso: esse sotaque me desarma. Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas.
Preferem abandoná-las no meio do caminho, não dizem:
pode parar, dizem: 'pó parar'.
Não dizem: onde eu estou?, dizem: 'ôncôtô'.
Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem linguisticamente falando, apenas de uais, trens e sôs.
Digo-lhes que não.
Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade.
Fala que ele é bom de serviço.
Pouco importa que seja um juiz ou jogador de futebol.
Mineiras não usam o famosíssimo 'tudo bem'.
Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra:
- 'Cê tá boa?'.
Para mim, isso é pleonasmo.
Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário.
Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada.
Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer:
- 'Mexe' com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc.).
O verbo 'mexer', para os mineiros, tem os mais amplos significados..
Quer dizer, por exemplo, trabalhar.
Se lhe perguntarem com o que você mexe, não fique ofendido.
Querem saber o seu ofício.
Os mineiros também não gostam do verbo conseguir.
Aqui ninguém consegue nada.
Você não dá conta.
'Sôcê' (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz:
- 'Aqui', não vou dar conta de chegar na hora, não, 'sô'.
Esse 'aqui' é outro que só tem aqui.
É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase.
É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção.
É uma forma de dizer:
- Olá, me escutem, por favor.
É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.
Mineiras também não dizem apaixonada por.
Dizem, sabe-se lá por que, 'apaixonada com'.
Soa engraçado aos ouvidos forasteiros.
Ouve-se a toda hora:
- Ah, eu apaixonei 'com' ele...
Ou: Sou doida 'com' ele (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro).
Elas vivem apaixonadas com alguma coisa.
Que os mineiros não acabam as palavras, todo mundo sabe.
É um tal de 'bonitim', 'fechadim', e por aí vai.
Já me acostumei a ouvir:
- E aí, 'vão?'. Traduzo:
- E aí, vamos?
Não caia na besteira de esperar um 'vamos' completo de uma mineira.
Não ouvirá nunca.
Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira.
Nada pessoal.
Aqui certas regras não entram.
São barradas pelas montanhas.
Por exemplo, em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer:
- Eu preciso 'de' ir.
Onde os mineiros arrumaram esse 'de', aí no meio, é uma boa pergunta.
Só não me perguntem. Mas que ele existe, existe.
Asseguro que sim, com escritura lavrada em cartório. Deixa eu repetir, porque é importante.
Aqui em Minas ninguém precisa ir a lugar nenhum.
Entendam...
Você não precisa ir, você precisa 'de' ir.
Você não precisa viajar, você precisa 'de' viajar.
Se você chamar sua filha para acompanhá-la ao supermercado, ela reclamará:
- Ah, mãe, eu preciso 'de' ir?
No supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um 'tanto de coisa'.
O supermercado não estará lotado, ele terá um 'tanto de gente'.
Se a fila do caixa não anda, é porque está 'agarrando' lá na frente.
Entendeu?
Agarrar é agarrar, ora!
Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena,  suspirará:
- 'Ai, gente, que dó'.
É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras.
Não vem 'caçar confusão' pro meu lado.
Porque devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro 'caça confusão'.
Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele 'vive caçando confusão'.
Para uma mineira falar que algo é muitíssimo bom vai dizer:
- 'Ô, é sem noção'.
Entendeu?
É 'sem noção!
' Só não esqueça, por favor, o 'Ô' no começo, porque sem ele não dá para dar noção do tanto que algo é sem noção,
entendeu?
Capaz...
Se você propõe algo ela diz:
- 'Capaz'!!!
Vocês já ouviram esse 'capaz'?
É lindo.
Quer dizer o quê? Sei lá, quer dizer 'ce acha que eu faço isso!?'
Com algumas toneladas de ironia...
Se você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá:
-'Ô dó dôcê'.
Entendeu?
Não?
Deixa para lá.
É parecido com o 'nem...'.
Já ouviu o 'nem...?
' Completo ele fica:
- Ah, 'nem'...
O que significa?
Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum.
Você diz:
- Meu amor, 'cê' anima 'de' comer um tropeiro no Mineirão?
Resposta:
- 'Nem...'.
Ainda não entendeu?
Uai, nem é nem.
A propósito, um mineiro não pergunta:
- Você não vai?
A pergunta, mineiramente falando, seria:
- 'Cê' não anima 'de' ir?
Tão simples.
O resto do Brasil complica tudo.
É, ué, cês dão umas volta pra falar os trem...
Falando em 'ei...'.
As mineiras falam assim, usando, curiosamente, o 'ei' no lugar do 'oi'.
Você liga, e elas atendem lindamente:
- 'Eiiii!!!', com muitos pontos de exclamação, a depender da saudade...
Tem tantos outros...
O plural, então, é um problema.
Um lindo problema, mas um problema.
Sou, não nego, suspeito.
Minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras.
Aliás, deslizes nada.
Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão.
Se você, em conversa, falar:
- Ah, fui lá comprar umas coisas...
- 'Que' s coisa?' - ela retrucará.
O plural dá um pulo.
Sai das coisas e vai para o que.
Ouvi de uma menina culta um 'pelas metade', no lugar de 'pela metade'.
E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa,confidenciará:
- Ele pôs a culpa 'ni mim'.
A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios, em Minas.
Ontem, uma senhora docemente me consolou:
'preocupa não, bobo!'.
E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras, nem se espantam.
Talvez se espantassem se ouvissem um: 'não se preocupe', ou algo assim.
A fórmula mineira é sintética.
E diz tudo.
Até o tchau, em Minas, é personalizado.
Ninguém diz tchau pura e simplesmente.
Aqui se diz: 'tchau pro cê', 'tchau pro cês'.
É útil deixar claro o destinatário do tchau.
Trem bão também demais sô...."

3/07/2014

Crítica a tolice feminina - Dia Internacional da Mulher


Neste dia Internacional da Mulher,  indico a todos: homens e mulheres, um livro que só pelo título desperta a curiosidade para sua leitura: “Crítica à tolice feminina”. Sua autora é uma mineira de Coronel Fabriciano, socióloga formada pela UFMG. Qualquer outra informação que der sobre  Crítica a tolice feminina estragaria  a curiosidade tão necessária à nossa saúde mental.

Se ficou curioso ou curiosa a respeito de crítica à tolice feminina
Já sabe o que fazer: pode dar um presente a alguém ou simplesmente se dar o presente de uma boa leitura. Pena que não posso lhe emprestar o meu.

A todas nós um lindo dia Internacional da Mulher.

5/24/2011

A centenária D. Sinhá pede três gosl de presente de aniversário

São 100 anos de vida e de amor ao Atlético. O presente de aniversário que a mineira Leontina Lopes da Silva, a D. Sinhá pediu à família, foi uma visita à Cidade do Galo. Lá recebeu os cumprimentos e o carinho dos jogadores e do técnico Dorival Júnior.

D. sinha nasceu em Mariana MG em 1911e se mudou para a capital (Belo Horizonte) em 1930 quando passou a frenquentar o antigo estádio Antônio Carlos, no bairro de Lourdes.

Ela chegou ao CT (Centro de Treinamento) com a camisa do centenário do Galo, comemorado em 2008. Voltou pra casa feliz com o recém lançado uniforme do time, presente do presidente Kalil.

Não é que o Galo conseguiu dar a vitória com os três gols, de presente à sua torcedora, a gentil D. Sinhá?
D. sinhá nós que a conhecemos,  te amamos muito.
senhorinha

imagens do jornal Super de sábado, 21 de maio 2011.

5/05/2011

O Desafio de ser e Mãe

Ser mulher num mundo marcado pela masculinidade é um desafio! Ser mulher e mãe, além de um desafio, é um ato heróico! Neste dia, celebramos, em gratidão e reconhecimento, o dia das mães. Nosso coração se volta para essas heroínas que, num ato de amor, “empresta” seu corpo para que outro ser venha à existência. Esse amor abnegado revela-nos a existência de um amor maior, perfeito e sublime, concretizado em Jesus. Aprendemos a amar e a sermos amados nesse relacionamento materno. O amor materno aponta para o cuidado de Deus para conosco.

Ser mãe é uma árdua e sublime missão doada pelo criador eterno. É um exercício constante de amor, abnegação, bravura, carinho, cuidado, competência, coragem, desempenho, força, maternidade, profissionalismo, submissão, ternura, e zelo. Tudo isso vem no “pacote” mãe. Sua jornada de trabalho é extenuante. Contudo, o desafio de ser mãe, de gerar no seu ventre a vida, amamentando-a, enobrece, dignifica e a eleva sobre todos os seres da Terra. O privilégio de ser mãe é uma dádiva divina, que conhece e reconhece esse sentimento de doação.

Ser mãe é desafiar a vida! É lutar pela sobrevivência de si e dos seus, enfrentando os desatinos de uma sociedade competitiva e discriminatória. O desafio de ser mãe e esposa, compartilhando com o marido e com os filhos, o amor, a construção do lar, a educação dos filhos, e a formação espiritual e social deles, como cidadãos, investir em si mesma, sem perder a dimensão de seus sonhos e, ainda, ter sobre seus ombros, a responsabilidade de edificar a sua casa com sabedoria, como preceitua a Bíblia; “Toda mulher sábia edifica sua casa; a insensata, porém, com as mãos a derruba” (Prov.14.1).

Que Deus abençoe ricamente a todas as mães, não somente nesta data, bem como em todos os dias de sua existência. Que Ele ilumine-as a cada dia, com sabedoria e discernimento, para que possa desempenhar o papel mais sublime e sagrado, o papel de ser mãe, o papel de aceitar todos os desafios e de vencer todas as barreiras! Que Deus conceda a vitória e que seus filhos sejam obedientes e amorosos, reconhecendo sua importância e dignidade.

Parabéns a todas as mães!
Pr. Wagno Alves Bragança

3/14/2011

Mulher Madura

Ivone Boechat

Esse ar puro oxigenado de maturidade
me dá o aspecto de que já vi tudo na vida,
disposta a rever a própria vida.

Este sentimento de mulher humana
me dá o direito de viver feliz,
inspirando segurança,
como se já tivesse tudo o que quis.

Esse jeito felino ou de criança
me dá a certeza de ser forte como nunca,
agarrada nos braços da esperança.

Essa determinação de chegar faceira,
sem ter que explicar nada
nem dizer porque,
me dá a sensação
de estar no auge da vida, a vida inteira.

...quase 10 milhões de mulheres empreendedoras

Quem pensaria nessa realidade há 20 anos?
Leio o artigo no endereço abaixo:

7/30/2010

Frases de Eleanor Roosevelt

Frases de Eleanor Roosevelt
  • "Você precisa fazer aquilo que pensa que não é capaz de fazer".
  • "O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos"
  • "As pessoas crescem através da experiência se elas enfrentam a vida honesta e corajosamente. É assim que o carater é construido."
  • "Toda glória é fruto de ousadia. A ousadia de tentar fazer sempre melhor.

7/17/2010

A CAIXINHA DA AMIZADE- (Oficina de contação de histórias em Muriaé)

Autoras: Sônia Fernandes e Luzinete Cândida


Certa manhã a caixinha da amizade com formato de coração e com seu laço de fita, se encontrava triste, pois estava vazia e sozinha sobre a mesa do quarto, quando um vento forte entrou pela janela e a derrubou.

De repente, ela escuta uma voz triste, que lhe pergunta:

__Quem é você?

__Eu? Eu sou a caixinha da amizade, e você?

__Sou Azulim, fico aqui e nunca te vi.

__Nós não nos conhecemos, pois vivo sobre a mesa e quando cheguei trouxe alegria e surpresa. Fui abraçada e hoje estou vazia e esquecida.

__Há meu caso é diferente, pois perderam o meu irmão gêmeo, o pé direito, fiquei sozinho após um jogo de futebol e estou esquecido aqui debaixo da cama.

Os dois tiveram um diálogo aberto e sincero e se tornaram grandes amigos, sabendo que ninguém vive só e que nenhum problema pode nos fazer desistir de acreditar, sorrir, esperar, sonhar e viver.

7/12/2010

A PRESENÇA DA MULHER NA HISTÓRIA DOS BATISTAS BRASILEIROS

A Bíblia diz que Deus criou os seres humanos à sua imagem e semelhança. Por criação estamos ligados a Ele e para a nossa própria felicidade fomos feitos para o relacionamento criaturas/Criador, filhos/Pai, em adoração de acordo com Isaias 43.7 “... que criei para a minha glória e que formei e fiz”. Como seres criados para adoração a Deus somos chamados, de forma geral, para um relacionamento de proximidade e descanso Mateus 11.28-30 “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”


Além de sermos todos chamados para um relacionamento, com Deus, Ele nos chama também para um relacionamento, com nossos semelhantes conforme Mateus 22.36-40, que fala do amor que devemos ter a Deus, a nós mesmos e ao próximo. Nesse relacionamento com o próximo, somos todos chamados a fazermos outros discípulos, que sejam genuinamente seguidores de Jesus. Mateus 28.19-20.

Mas a Bíblia nos apresenta ainda outro tipo de chamada, aquela que se destaca, que se difere da chamada no contexto geral de amor a Deus e ao próximo, base para todas as nossas ações de comprometimento com a expansão do reino de Deus na terra. Esta é apresentada em Romanos 12.6-8, I Coríntios 12.28-31 e Efésios 4.11-15 em que Paulo fala da chamada de Deus a pessoas para que sirvam, tendo em vista o aperfeiçoamento pela capacitação e edificação dos membros do corpo de Cristo, ou seja, da igreja. Essas pessoas além da chamada geral recebem uma chamada específica e para isso se preparam, para o exercício do seu ministério.

Neste contexto de chamada é que quero destacar a presença da mulher na história dos batistas brasileiros. Usarei o exemplo de duas mulheres do passado, como incentivo para as mulheres desta geração. A primeira delas é Ephigênia Maddox, missionária batista vinda da América do Norte, tendo como primeiro campo missionário o Rio de Janeiro e a partir de 1917 Belo Horizonte Minas Gerais, lugar em que devido à perseguição religiosa, D. Ephigênia que era professora, iniciou uma escola em sua própria casa e por ela trabalhou incansavelmente (MADDOX, Sara Gill pag. 18). Essa escola foi o início do que é hoje o Sistema Batista Mineiro de Educação fundado em 1º de março de 1918. http://www.sistemabatista.com.br/.

Coincidentemente, ou não, no mesmo ano, 1917, uma brasileira chamada Josefa da Silva procurava o Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil em busca do preparo como vocacionada ao ministério do ensino. Por ser mulher, Josefa não teve acesso ao curso de Teologia e por essa razão, foi criada uma escola para o preparo de educadoras, o SEC Seminário de Educadoras Cristãs, hoje Seminário de Educação Cristã, na cidade do Recife. Mais tarde, em 1922, foi criado o Instituto Batista de Educação Religiosa, IBER, hoje CIEM Centro Integrado de Educação e Missões.

Ao longo de todos esses anos, igrejas batistas dos vários estados brasileiros enviaram mulheres vocacionadas ao ministério para essas escolas e as receberam preparadas, sendo que nesse último estagio, não só as igrejas brasileiras, mas também os vários campos missionários sustentados pelos batistas do Brasil. Muitas delas, desempenharam e desempenham a coordenação da educação religiosa em suas igrejas como “esposa do pastor”, fato que prejudicou o entendimento e reconhecimento da educadora religiosa como ministra, ao mesmo tempo que, de certa forma, sobrecarregou a mulher casada com pastor com uma expectativa ministerial, que nem sempre está preparada.

O certo é que a mulher tem marcado presença na história batista brasileira. Se em 1917 o Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil estava fechado para as mulheres, hoje ele e outros estão abertos. Mais e mais mulheres, não só cursam Teologia, mas assumem o pastorado das igrejas. Já são 85, atuando oficialmente como pastoras nas igrejas batistas da Convenção Batista Brasileira, fora aquelas que fazem o trabalho pastoral oficiosamente, ou seja, sem receberem o título.

7/07/2010

"Quanto mais machista a cultura local, maior tende a ser a violência contra a mulher".

O caso do desaparecimento e possível assassinato da modelo Eliza Samudio tem comovido a sociedade brasileira. O goleiro Bruno, atleta do Flamengo, ex-namorado da jovem, tem sido considerado pela polícia uma peça importante no caso. Eliza já havia se queixado do jogador, devido as inúmeras agressões e ameaças sofridas, o que fez com que a polícia declarasse o goleiro como principal suspeito do sumiço de Eliza.



Este caso nos faz lembrar da violência que inúmeras mulheres sofrem cotidianamente.
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