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8/27/2014

Tomando meu remédio 7 - Os mendigos e seus cães




Já ouvi dizer que os cães se apegam aos seus donos, e os gatos se apegam às suas casas.  Deve ser por isso que existe o ditado: “o cachorro é o melhor amigo do homem”. Se verdade ou não, nunca vi gatos nas cabanas que os moradores de rua armam nas calcadas das cidades, mas já vi muitos cães que os acompanham. E por causa deles enfrentam situações complicadas.

Tive um vizinho, morador de rua, que armou sua barraca de lona em um lote vago ao lado de minha moradia. E por várias madrugadas pudemos ouvir seus gritos chamando por seu cachorro:

__ Totó! Ô Totó! Vem cá.

Fato que muito me surpreendeu foi o que ocorreu em um fim de tarde, quando ouvi conversas estressadas vindas do tal lote. Ao chegar à janela vi uma cena interessante. Umas dez pessoas entre homens e mulheres, todos jovens, gritando com o morador do barraco, palavras acusatórias de que ele estava maltratando o cachorro. Que se ele não parasse de bater no cãozinho, iam denunciá-lo por maus-tratos.  Quanto mais o rapaz tentava explicar que não batia no cachorro mais os jovens se alteravam.

Fiquei parada, olhando a cena, quando três dos homens pularam em cima do rapaz, dando-lhes socos e um empurrão no peito, jogando-o com as costas no chão. Preparei-me para chamar a  polícia. Vendo que ficaram  calmos, desisti.


Veja só o contrassenso! Suponhamos que o cara tenha batido no cachorro. Mas isso justifica três homens bater nesse cara? Não estaria a preocupação exagerada com os direitos e proteção do animal, fazendo-os desrespeitar os direitos do ser humano?

8/19/2014

Tomando meu remédio 6 - Anúncio na faixa

Na volta para casa, da caminhada de mais uma manhã, mudei de rumo na esperança de encontrar material para mais um crônica. Depois de subir a ladeira, redundância para quem mora em Belo Horizonte que, segundo uma paulista, aqui a gente não anda   sobe e desce morro, virei à esquerda e lá estava o que precisava: uma faixa anunciado  um curso de reciclagem.  

Pus-me imediatamente a pensar no assunto. Como é sabido, reciclagem é o processo de transformação de materiais usados, em novos produtos com vista à reutilização. É um termo que tem sido cada vez mais utilizado como alerta  para a importância da preservação dos recursos naturais e do meio ambiente.

Vendo melhor a placa pude identificar, para qual material era o tal curso. Reciclagem de condutor...

Para essa última palavra me veio a mente condutor elétrico, descobrindo em seguida que não se tratava desse tipo de condutor, mas sim de condutor infrator.




Alguns condutores infratores certamente são possíveis de serem reciclados, para preservação de suas vidas e daqueles que se põem em seus caminhos. Mas alguns outros só mesmo levando para o aterro sanitário.

8/18/2014

Tomando meu remédio 5 - Todas as velhinhas merecem ser elegantes




Dá gosto ver uma velhinha elegante. D. Sinhá, por exemplo, é lindamente elegante. Aos 100 anos exibia simpatia e cordialidade. Passou horas da sua festa sentada para ser fotografada com quem desejasse. Deu entrevista à rádio Itatiaia e ganhou de presente uma visita à cidade do Galo - Clube Atlético Mineiro, time do coração, com direito a foto com os jogadores e matéria no Estado de Minas.




Hoje com 103 anos se recupera  de mais uma fratura fruto de mais uma queda. Mas não é que a danadinha já esta ficando em pé sozinha e outro dia deu 5 passos? Além de elegante tem uma facilidade e se recuperar que é incrível. Gosto de ser sua amiga e usufruir de seu senso de humor e otimismo.





Mas existem aquelas mulheres que, infelizmente, com a chegada da idade, chega também uma espécie de síndrome do “qualquer coisa tá bom”. Então, se tinham os cabelos pintados começam a deixar aquelas raízes brancas horríveis. E como se não bastasse começam a calçar meia fina tamanho ¾ com saia. Aquelas que enquanto se está em pé, está elegante, mas basta sentar-se que a saia sobe e os olhos da gente caem sobre aquela coisa feia. Todas as vezes que vejo uma cena dessas falo em silêncio pra mim mesma:
__Se Deus me der vida até ficar velhinha nunca vou usar meia fina ¾ com saia.

Mas hoje o inacreditável aconteceu. Vi uma velhinha linda com cabelos de neve, roupa apresentável em tons pastéis. Mas lá estava a meia. Não! Não era a meia fina. Era pior que isso! Era uma meia social masculina na cor marrom.
Diante de tal cena a única coisa que pude dizer a mim mesma foi:

__ Todas as velhinhas merecem ser elegantes. 

Mas, infelizmente poucas conseguem.

8/17/2014

Tomando meu remédio 4 - Com que roupa?

Muito conhecida é a música de Noel Rosa com este título. A história diz que, sendo o filho amante da vida noturna, e tendo a saúde frágil, sua mãe escondeu todas as suas roupas para que ele pudesse ficar em casa e descansar um pouco,  pois a cada dia via que ele estava um pouco mais magro.

Aproveitando a situação Noel compôs a referida música. Artista é assim, faz das situações difíceis, arte, tornando-as inesquecíveis.

E por falar em roupa, quando se sai para caminhar vê-se de tudo: Senhoras, caminhando com calça jeans, velhinhos com roupa social, jovem com sombrinha aberta.




Mas o incrível mesmo, foi encontrar, em plena Avenida Assis Chateaubriand, várias peças de roupas dependuradas em árvores. Acreditem, ou não, vi isso. Mudei o rumo do caminho só para observar de perto. E qual não foi minha surpresa! Havia um cartaz escrito  com letras grandes: “Moradores de rua está muito frio aí fora. Pegue um desses”






Fiquei muito admirada com o gesto e fã da pessoa que teve a ideia.