8/27/2009

O famoso estilo “caretão”



“Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa. E o próprio nosso Senhor Jesus Cristo e nosso Deus e Pai, que nos amou, e em graça nos deu uma eterna consolação e boa esperança, console os vossos corações, e vos confirme em toda a boa palavra e obra.”
(II Ts 2.15-17).

Vivemos em um mundo obcecado por novidades. E na busca pelo novo vale qualquer esforço, qualquer “ousadia”. Quem tiver coragem para romper com as tradições, para quebrar os paradigmas e deixar claro aos velhos, aos pais, aos que viveram numa geração anterior que eles estavam equivocados, que as regras que eles criaram a respeito da vida estavam erradas, será imediatamente conduzido ao pedestal do pós-moderno, do inovador, do revolucionário.
É claro que a Igreja do Senhor não passa incólume por este momento, embora muitos insistam em fechar os olhos ao que está acontecendo à sua volta. Assim, percebemos um grupo de crentes que são fanáticos pelo celular e que não podem passar um dia sem navegar na Internet. Nossos jovens amam os vídeo games e os sites de relacionamentos, as redes sociais mais que qualquer outra coisa.
Algumas conseqüências de tudo isto são nefastas para o futuro. Por exemplo, há um acesso quase irrestrito à informação, mas não existe nenhuma preocupação com o conhecimento, com o ganho cultural. Acontece porém que em momentos decisivos, como o vestibular ou qualquer outro concurso, as exigências dizem respeito a assuntos como a história, a matemática e o idioma, ou seja, todas aquelas “caretices” odiadas pelos mais “espertos” da turma virtual.
Não se pode esquecer também um dos grandes males atuais: a bibliofobia. A falta do hábito da leitura, aliada à uma maneira equivocada de escrever, característica da comunicação virtual, criou os analfabetos funcionais, pessoas que conseguem passar por textos inteiros sem apreender-lhes o sentido.
Outro problema sério é fechamento num círculo de relacionamentos que só contempla os da mesma idade, da mesma tribo, dos mesmos interesses e dos mesmos costumes. Além da conseqüência óbvia do impedimento de crescer, essa hermeticidade produz problemas no trabalho, na vida comunitária, na vida religiosa e produz cidadãos centrados apenas em seus interesses, egocêntricos e desconhecedores de suas obrigações para com as crianças e os velhos.
Felizmente, na contramão de tudo isto, existe um grupo que retém as tradições, e não se deixa levar por coisas que possam se interpor entre eles e o seu Deus, o que seria idolatria. Também não se permitem uma dependência de recursos tecnológicos a ponto de ficarem impedidos de cumprir seus deveres cristãos, o que seria um vício. São pessoas que mesmo incorrendo no risco de serem chamados de “caretões” não abrem mão do que lhes foi ensinado por palavra ou por epístola.
Vejamos algumas marcas do famoso estilo “caretão”, das quais jamais poderemos prescindir: em primeiro lugar, precisamos buscar o conhecimento, tanto o bíblico como o secular. Como fazê-lo? Sendo freqüentadores assíduos da EBD, valorizando nossos Educadores Religiosos, levando nossos filhos a serem Embaixadores ou Mensageiras do Rei matriculando-nos em boas escolas, tornando-nos leitores da Bíblia e também de boas publicações literárias e culturais. Não nos esqueçamos que nos empreendimentos escolares, mesmo nos mais sofisticados tecnologicamente ainda prevalece o ascetismo milenar do ”cuspe e do giz”.
Em segundo lugar, temos que cultivar relacionamentos pessoais que nos levem a um crescimento, tanto para com os nossos irmãos, quanto para com as pessoas de nossa comunidade. Só a convivência com as diferenças pode produzir crentes que realmente influenciem para o bem este conturbado mundo tecnológico.
Pois é. O famoso estilo “caretão” ainda faz sucesso. Ele faz com que os pastores ainda se preocupem em vir o mais bem vestidos possível aos cultos. Ele faz com que alguns jovens (crentes) se relacionem bem com os seus pais e líderes. Ele faz até que haja crentes leitores não apenas da Palavra de Deus, mas também de tudo aquilo que lhes possa trazer ganhos culturais.
Mas o estilo “caretão” também nos impede de sermos pessoas que marcam seus corpos com tatuagens, que se adornam com penduricalhos agressivos e anti-higiênicos como os pircings, por exemplo, só para parecermos “da hora”. Ele impede nossas irmãs de usarem roupas provocantes e leva os jovens realmente crentes de se preservarem até o casamento.
O resultado é que quando somos entrevistados para um emprego ou quando nos submetemos a um concurso, saímos na frente dos “zés”, dos “veios” e dos outros “caras”. Você duvida? Experimente viver o famoso estilo “caretão”. Faça mais, crie seus filhos neste estilo e você verá o resultado.

Pr. Ailton Sudário de Souza

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