Geralmente quem nasce e cresce em Minas Gerais pega o costume de usar as
palavras no diminutivo, e ainda omitindo letras no final. Assim temos a mania
de nos referir a algo que seja pouco, de pouquim, que seja pequeno, de
pequeninim e assim vai.
Pois bem, estava eu em fim de caminhada, aquela que estou aprendendo
a fazer todos os dias por recomendações médicas. Passava pelo calçadão da
Sapucaí, que não é a Marquês de Sapucaí do Rio, mas a Sapucaí de Belo Horizonte. Bem perto da
escada que desce para a estação Central Ferroviária estava uma mulher com uma
caixinha de bala halls. Ao me avistar pegou um dos pacotinhos, o preto, o mais
forte, me perguntando:
-- Vai uma balinha aí querida?
--Obrigada! Hoje não. – Doida pra comer uma bala apesar da
glicose alterada.
Parecendo ler meu desejo pelo olhar a moça insistiu:
--É só um realzim minha boneca!
Continuei a caminhada um pouco mais feliz, rindo sozinha
pela calçada.
Um real é sempre um real. Não existe um real menor ou maior
do que outro. Mas o mineiro tem que diminuir o "um real". Como também diminui o
minuto. E cá prá nós, quando alguém diminui os minutos pode esperar que na
realidade serão aumentados. Outro dia levei um serviço na gráfica e a atendente
após examinar o material me disse:
-- fica pronto em 20 minutinhos.
Sabendo que vinte minutinhos de mineiro se esticam em mais
trinta, saí para dar uma volta. Retornei à gráfica em 40 minutos e o serviço
ainda não estava pronto.
Para quem não é mineiro fique atento com os minutinhos. Pois
eles nos fazem esperar muito.
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